quinta-feira, fevereiro 09, 2006

o que se viu, hoje não se vê

O que se viu
que hoje não se vê mais
o vizinho João
a menina mariazinha
estórias de lobo mal
lobisomem, big loira
saci no muinho de vento
curupira na floresta
cachorrinho ao relento
não se vê mais
nem se ouve falar
cheirinho de café da manhã
leitinho quente e pão com manteiga
sete horas, bem cedinho
a vovó sentada no banquinho
conversando com o tiozinho
as crianças descalças
felizes a pular
jogando bolinha de gude, pião
brincando de pega-pega
cabra cega
é difícil hoje de se vê
a inocência do primeiro beijo
o selinho nos primos
a bitoquinha na vizinha
cartinha de enamorados
correio elegante
o amor platônico
com a professorinha linda
hoje não se vê.

3 Comments:

At 11:30 PM, Blogger Lucimar Justino said...

Rafael,

gostei do poema, kara... vale a pena parar e pensar um pouco nisso: as coisas estão mudando muito depressa. Para onde caminhamos? o que será de nós? De seres humamos a...? Está se perdendo a magia, o encanto...por que?

abraços!

 
At 2:24 AM, Blogger Clarissa Rabelo said...

É como já foi cantado "que tempo bom que não volta nunca mais".
Hoje em dia se esqueceram das coisas simples para colocar no lugar a tecnologia mas avançada, as crianças não são mais crinças, não brincam, não sonham, nem usam a imaginação.
Esse é o nosso mundo super avançado e estremamente frio.
Parabéns pelo blog.

 
At 7:35 PM, Blogger Adriana Roos said...

Ainda gosto de ver...
Passarinhos nas árvores a cantar
Crianças na rua a brincar (na minha ainda é possível)
Lua cheia no céu
Flores desabrochando no vaso ou no jardim
Ipês floridos, pintando de amarelo o dia, o chão, o asfalto e a pracinha
E não só ipês, todas as árvores que neste mês nos dão a graça de suas flores, lindas lindas a iluminar aqueles que ainda se dispõe a observar!

Parabéns pelo blog, gostei!

 

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